Já foi bem diferente
Há 50 anos, as coisas fluíam em outro ritmo. Não era melhor, nem pior – era diferente. O Brasil era um país mais tranquilo, inserido num mundo mais lógico, com 2 lados definidos e uma guerra fria que ameaçava o futuro da humanidade com o holocausto nuclear.
A violência não chegava perto da atual, o ensino em todos os níveis era muito melhor e até a saúde pública, entre secos e molhados, funcionava com outra dinâmica, de deixar os pacientes de hoje com vergonha do SUS.
O que aconteceu que piorou? Nós erramos e erramos feio! E o maior erro foi permitir que as mazelas getulistas se transformassem em regra de governo e que gente completamente despreparada para o serviço público se aboletasse nas cadeiras de todos os níveis da administração.
Estamos pagando o preço e vamos pagar por muito tempo. A verdade é que, depois que os militares entregaram o governo, a turma que pulou no osso era da pior qualidade, se comparada com os grandes nomes que honraram a política brasileira.
Não estou justificando o Regime Militar, depois do Ato Institucional nº 2 e especialmente depois do Ato nº 5.
É melhor a pior democracia que a melhor ditadura. Entre os dois, fico com o que temos hoje, com todas as mazelas, bandidagens e falta de caráter que vamos assistindo. Mas estamos aprendendo e chegaremos lá.
Aliás, o que eu queria dizer não tem nada com isso. A comparação entre o Brasil de 50 anos atrás e o de hoje era para lembrar que naquela época era comum se ter animais silvestres em casa. Na fazenda tinha araras de várias espécies, um mutum neurótico e um macaco tarado.
Tio Júlio Salles tinha um papagaio na sua casa da Rua Bélgica. E na Usina, o Caco corria de um lado para o outro, quando não parava para fazer coisas feias. Hoje, isso é crime. Mas será que o país melhorou?
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