O nome de Congonhas
Parece que os nossos ilustres políticos querem mudar o nome do Aeroporto de Congonhas. Que há projeto de lei neste sentido em vias de ser aprovado pelo Senado, o que consolidaria o desastre, na medida em que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados.
A ideia é rebatizar o aeroporto com o nome de alguém que ninguém em São Paulo sabe quem é. Aliás, quem apresentou o projeto de lei não tem qualquer ligação com São Paulo – pelo que eu sei, é um deputado mineiro, o que já leva de saída para uma pergunta objetiva: por que sua Exa. não batizou o aeroporto do Aécio Neves com o nome do seu protegido?
O que o aeroporto da cidade de São Paulo tem a ver com alguém que ninguém sabe quem é para ter o nome mudado e homenagear o ilustre desconhecido, que não é sequer paulista?
Aliás, a grande pergunta é quem é este cidadão desconhecido que se sobrepõe ao nome de dezenas de heróis e grandes nomes paulistas para querer ser homenageado com o nome dado ao segundo aeroporto do país?
O Brasil é um país fantástico e o Congresso Nacional é o espelho que mostra isso. Quem imagina que o país é uma coisa e o Congresso outra, está completamente enganado. O Congresso é o microcosmos, a fotografia em escala reduzida de uma sociedade com virtudes e defeitos que se manifestam no dia a dia da vida, desde os pequenos detalhes de um acerto de periferia, até os grandes atos, como as delações, corrupções, nepotismos e o mais que nos envergonha, praticado em nome dos interesses maiores da pátria, invariavelmente confundidos com o próprio bolso.
Mudar o nome do Aeroporto de Congonhas é tão descabido como mudar o nome do Minhocão. Coisas que acontecem, que nos enchem de vergonha e que não podem ser admitidas. Diga não a este absurdo.
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