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Crônicas & Artigos

em 09/06/14

Um século da grande guerra

por Antonio Penteado Mendonça

Em 1914 o mundo deu o primeiro tiro da imensa loucura que, nos 31 anos seguintes, matou mais de 150 milhões de pessoas.
Não era para acontecer, mas aconteceu. O assassinato do herdeiro do trono da Áustria, um evento menor na ordem política internacional, foi o gatilho para uma guerra que durou, sem interrupção, até1918, mas que foi muito além do armistício e se espalhou pelo planeta e se estendeu até o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

De 1914 a 1918, guerra de trincheiras. Cada lado a poucas centenas de metros dos outros. Batalhas estúpidas, com milhares de mortos, para conquistar 50 metros de terreno que não tinham a menor importância para nenhum dos lados.
Para dar noção da barbaridade, a Revolução de 1932 teve perto de mil mortos em 3 meses de combates. Apenas nas 3 horas iniciais da Primeira Batalha do Somme as forças inglesas tiveram 60 mil baixas.

E a estratégia alemã por trás da Batalha de Verdun era simples: “Vamos nos matar indefinidamente. Como existem mais alemães do que franceses, em algum momento a Alemanha vencerá a guerra”.

Nesta toada, milhões de pessoas morreram, vítimas de tiros, gás venenoso, bombardeio dos campos de batalha e de cidades, doenças, frio, fraqueza e o mais que mata estupidamente quando os seres humanos perdem a razão e se atiram, como bestas feras, uns contra os outros, da forma mais bárbara e irracional possível.

Guerra eminentemente europeia, foi nos campos da França e da Bélgica que o maior horror teve lugar. Horror que se percebia a quilômetros de distância, no cheiro pavoroso das linhas de frente trazido pelo vento.
É preciso comemorar, não como festa, mas para não esquecer.

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