Um recomeço melancólico
O tema não é tão novo, mas, depois de mostrar que profissionalismo e meta são coisas sérias, o São Paulo entrou no Campeonato Brasileiro com o pé direito. Manteve a taxa de aproveitamento de 100% que o desclassificou dos três primeiros torneios que disputou no ano.
Começou perdendo. Mas não perdendo porque uma jogada inimaginável deixou o placar desfavorável. Não, o que aconteceu no gol do Cruzeiro foi absolutamente patético, exatamente como o São Paulo gosta.
O jogador tricolor decidiu fazer cera e chutou a bola, que já estava fora de jogo, para longe, só que, enquanto fazia isso, o jogador do cruzeiro bateu o lateral nas costas dele e aí foi moleza entrar na área, cruzar no pé do companheiro e ver a rede estufar.
Nada que os são-paulinos não tenham se acostumado a ver na longa maré negra que envergonha a torcida e desclassifica o time, faz vários anos.
Mas o dado importante, que faz toda a diferença, é que, estatisticamente, o São Paulo jogou melhor. Quer dizer, eles dizem.
O São Paulo dominou mais a bola, chutou mais, controlou o movimento do campo, só se esqueceu de fazer gols, como se futebol não fosse bola na rede, mas apenas um balé mal dançado e sem objetividade.
Se Deus fosse justo, o São Paulo deveria ganhar, mesmo com o goleiro do Cruzeiro mal aparecendo, porque o São Paulo não chuta em gol, chuta para o lado.
Acontece que Deus não é justo, nem injusto. Futebol é bola na rede e quem faz gol, em jogo do São Paulo, costuma ser o adversário.
O Cruzeiro não foi a exceção, foi a regra. Chutou pouco, mas, quando chutou, fez gol e ganhou o jogo.
Ao São Paulo sobrou explicar que merecia ganhar, mas que não ganhou porque futebol é assim mesmo. Quem joga mal costuma perder.
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